A Record vai acelerar a produção da série
“Plano Alto”, de Marcílio Moraes. Corre para que a ficção sobre o
universo político brasileiro, retratando ”três gerações de
contestadores”, inclusive os black blocs, seja exibida durante a
campanha eleitoral deste ano.
De acordo com informações do jornalista
Daniel Castro, a ideia da Record é fazer barulho, causando uma
associação entre a série e o momento político nacional. O sonho de
consumo da emissora é repetir o que a Globo conseguiu em 1992, ao exibir
a minissérie “Anos Rebeldes” ao mesmo tempo em que os cara-pintadas iam
às ruas pedir a renúncia do presidente Fernando Collor de Mello. “É um negócio quente, vai levantar polêmica. A Record precisa disso”, diz Moraes ao site NTV sobre os 15 episódios que acabou de escrever.
O autor do projeto ainda não dá muitos detalhes da obra. Diz apenas que a série terá “governadores, senadores, deputados”. “Eu falo do universo político, sem partidarizar. Falo do poder“,
diz. A “neutralidade” partidária se explica: a Record pertence ao bispo
Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, que é ligada ao PRB
(Partido Republicano Brasileiro), da base de sustentação do governo
federal.
A novidade será a incorporação de personagens recentes da política que surgiu nas ruas em 2013. “Tem personagem black bloc, protestador”,
avisa Moraes. Black blocs são movimentos de matriz anarquista que se
dissipam após a conquista de suas reivindicações. Seus membros usam
roupas pretas e máscaras. Nas recentes manifestações populares no
Brasil, foram associados a atos de vandalismo.
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