A Portuguesa foi condenada pelo STJD em julgamento nesta segunda-feira a
perder quatro pontos no Brasileirão de 2013 por causa da escalação
irregular do meia Héverton, contra o Grêmio. Como consequência da
decisão, a Lusa caiu para 44 pontos na tabela e foi ultrapassada por
cinco time na classificação e caiu para a 17ª colocação, a primeira que
leva ao rebaixamento. O grande beneficiado foi o Fluminense, que, com
46, subiu para 16º e escapou da degola. O time paulista, que também foi
multado em R$ 1 mil, tem três dias para recorrer da decisão e levar o
caso ao Pleno do STJD - última instância da Justiça Esportiva.
- Imagina o caos que se tornaria o campeonato. Outros clubes cumpriram a
regra. E agora? Eles vão poder voltar ao Tribunal? O erro foi primário e
a Portuguesa descumpriu a regra - declarou o auditor Felipe Bevilacqua,
relator do caso, que foi acompanhado pelos outros quatro votantes da
Primeira Comissão Disciplinar do STJD.
O julgamento foi cercado de atenção. A sessão ficou completamente
lotada. Advogados, imprensa e espectadores ficaram apertados na sala.
Enquanto isso, a torcida do Fluminense gritava na porta do prédio do
Tribunal. Torcedores da Lusa também ficaram do lado de fora, com a
camisa do time, e protestaram bastante contra o resultado.
Por
parte da Portuguesa, o presidente do clube, Manoel da Lupa, e Valdir
Rocha, do departamento jurídico, prestaram depoimento e tentaram alegar
que o clube se valeu de um programa feito pela CBF para controlar as
suspensões, mas o argumento não convenceu, já que o Regulamento Geral de
Competições da CBF diz que a responsabilidade pela contagem é do clube.
O
advogado João Zanforlin foi quem fez a defesa da Lusa. Ele usou
argumentos pouco técnicos, tentando convencer os auditores com fatores
morais e de desproporção entre o fato e a pena.
- Esse jogo valia
alguma coisa? Não valia nada. Não admito que façam piada com os
portugueses. Se condenarmos a Portuguesa por isso, vamos instituir a
mutreta, a fraude no futebol brasileiro. Esse menino Héverton foi igual a
chuchu. Não fez mal, não fez bem. Aí vão rebaixar a Portuguesa? -
argumentou Zanforlin.
Flamengo e Fluminese entraram no processo
como terceiros interessados. O advogado do Rubro-Negro, Michel Assef
Filho, adotou um tom técnico, pedindo pelo entendimento de que o clube
não deveria ser punido pela suspensão de um jogador na sexta-feira, já
que o recurso, segundo ele, foi impedido por falta de tempo.
Já Mário Bittencourt, advogado do Fluminense adotou um tom bem mais incisivo a favor do aspecto técnico.
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Houve uma mudança durante a semana. Foi deixado de lado a parte técnica
e, para mudar a opinião pública, foi passado para o lado emocional.
Antes do princípio da moralidade, vem o princípio da legalidade. Para
ter moralidade, é preciso legalidade. Não vou chover no molhado e ficar
explicando que a suspensão começa no dia seguinte - disse Bittencourt.
O entendimento do advogado do Fluminense foi o mesmo dos auditores.
-
É
obvio que a Portuguesa agiu por negligência - sentenciou o presidente
da Comissão, Paulo Valed Perry, que foi o último a votar, fechando o
placar de 5 a 0.
Ao saber do resultado a torcida do
Flu comemorou como título. Enquanto isso, adeptos da Lusa mostraram
revolta. Mas este foi apenas o primeiro julgamento. A expectativa é que
até o dia 27 a sessão do Pleno aconteça.
POR: LUCAS ALMEIDA com informações do site LANCE!NET